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4/02/2012

Como gerir o fracasso

Ninguém gosta de fracassar. No entanto, e parafraseando DeRose "tanto a derrota quanto o sucesso estimulam ao progresso".

No último post falei de como gerir o sucesso e criar um círculo virtuoso que se auto-alimenta. De acordo com Blair Singer, a chave para lidar com o fracasso é exactamente o oposto de como lidamos com o sucesso e pode-se resumir em três passos:


1) Não atribuir a causa do problema a si pessoalmente.
No nosso diálogo interno, embora tendo de assumir que fracassamos é importante externalizar a culpa, atribuindo-a a factores externos, dizendo por exemplo algo como: "Houve um conjunto de circunstâncias que se alteraram, que eu não conseguia ter previsto."

O objectivo é evitar entrar num diálogo mental semelhante a "Há algo de errado comigo" ou "Eu não sou bom para isto" ou ainda "Eu sabia que isto não ia dar certo". Este tipo de diálogo é nocivo e destrói a nossa capacidade de acção.

Sempre que nos ouvirmos a dizer isto a nós próprios, temos de dizer "Pára!" o número de vezes necessárias até começarmos a ver a realidade de outra perspectiva. 


2) Isolar o fracasso
A nossa mente tem tendência a generalizar, a encontrar ligações onde elas não existem e a vitimizar-se.

Se algo não correu bem, talvez o nosso diálogo interno seja algo parecido com: "O Sr. A não comprou, o dia já começou mal, a reunião da tarde vai ser um desastre, amanhã o Sr. B também não vai querer fazer negócio, sou um péssimo vendedor, é por isso que as coisas em casa não correm bem, não tarda muito estou falido... etc"

Por isso, o desafio aqui é de isolar o incidente. Se o negócio com o Sr. A não se concretizou, isso não terá nenhum impacto no próximo negócio ou na forma como o resto do dia vai correr! O fracasso ocorreu numa situação específica e concreta, não tem relação com mais nada e a vida desenrola-se normalmente. Algo como: "Realmente tive uma situação difícil com aquele cliente, mas tenho boa relação com todos os outros. Isto não acontece sempre".

 
3) Recolher evidências

Não basta dizer que a culpa não é nossa e que este problema é algo isolado. É importante recolher evidências que fundamentem aquelas afirmações e convençam a nossa mente da sua veracidade. De outra forma a reprogramação não tem efeito.

Algo como "o Sr.A não comprou, mas na semana passada vendi ao Sr.X, tenho excelentes taxas de fidelização, a minha vida pessoal corre bem... etc".

Desta forma, a nossa mente consegue aceitar a reprogramação: "Isto não acontece em mais nenhuma área da minha vida. É muito isolado. Não é uma indicação de nada mais excepto que foi uma má experiência."




Dica: ao praticar estas técnicas, fá-lo em voz alta. Isso dá mais força à reprogramação.
Os atletas de alta competição fazem isso frequentemente, para se reprogramarem antes da prova. Por isso, nós também podemos fazer!


É importante gerir o nosso diálogo interno, porque ele pode enganar-nos e minar os nossos resultados!

Baseado no livro "Little Voice Mastery" de Blair Singer

 


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