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6/24/2012

Conversas com Deus (:

Se tivesse de escolher o livro da minha vida, a escolha seria "Conversas com Deus" de Neale Donald Walsch publicado em Portugal pela editora Sinais de Fogo. Apesar do título, é um livro profundamente naturalista, sensorial e des-repressor que me marcou muito e que não me canso de reler. Está escrito na forma de um diálogo entre o autor e Deus e discorre sobre os mais variados assuntos, desde os nossos dilemas pessoais, os problemas da sociedade até às leis que regem o Universo.

Vou citar um dos trechos mais bonitos do livro... fazendo no entanto uma ressalva: para apreciar a beleza que está lá fora é preciso primeiro desbravar a beleza dentro de nós! 

" - Como devemos lidar com esta incrível experiência chamada sexualidade?

Não com vergonha, seguramente. E não com culpa, não com medo. Porque a vergonha não é virtude, a culpa não é bondade e o medo não é respeito.
E não com luxúria, porque a luxúria não é paixão; não com abandono, porque o abandono não é liberdade; e não com agressividade, porque a agressividade não é impetuosidade.
E, obviamente, não com ideias de controlo ou poder ou domínio, porque essas nada têm a ver com Amor.


Mas... pode o sexo ser usado para efeitos de simples "gratificação pessoal"? A resposta surpreendente é sim - porque "gratificação" pessoal é apenas outra palavra para Amor Próprio.
A gratificação pessoal tem sido muito censurada ao longo dos anos, o que é a razão principal pela qual tanta culpa está associada ao sexo.

Dizem-vos que não devem usar para gratificação pessoal uma coisa que pessoalmente é intensamente gratificante! Esta contradição é óbvia e evidente para vós, mas não sabem o que fazer com a conclusão! Portanto decidem que se sentirem culpados por se sentirem tão bem durante e depois do sexo, isso fará com que esteja certo. (...)

A mensagem do mundo é: se tiveres sentimentos negativos a respeito disso, então podes desfrutá-lo! A culpa é frequentemente utilizada na vossa tentativa de se sentirem mal em relação a alguma coisa acerca da qual se sentem bem - e assim se reconciliam com Deus... que vocês pensam que não quer que se sintam bem em relação a nada!

Em particular, não se devem sentir bem com os prazeres do corpo. E absolutamente nada bem em relação ao (como segredava a vossa avó) "S-E-X-O...".

Ora bem, a boa notícia é que está certo gostar de sexo! Também está certo amar-se a si próprio. De facto, é obrigatório. (...)

"Sentir-se bem" é a forma da alma gritar "É assim que eu sou". (...)
"Sentir-se bem" é a forma da alma dizer "presente!".
Ora, muitas pessoas ridicularizam esta ideia de "fazer o que nos faz sentir bem". Dizem que é o caminho para o Inferno. Pois EU digo que é o caminho para o Céu!
Muito depende, claro, daquilo que se diz que "faz sentir bem". Por outras palavras, que tipo de experiências te fazem sentir bem? Mas digo-te - nenhuma espécie de evolução jamais teve lugar através da negação.

Se quiseres evoluir, não será por teres conseguido, com êxito, negar a ti próprio as coisas que sabes que te "fazem sentir bem", mas porque te concedeste esses prazeres e encontraste algo ainda mais grandioso. Porque como podes saber que uma coisa é "maior" se nunca tiveres provado a "menor"? (...)

"Sentires-te bem" é a tua forma de dizeres a ti próprio que o teu último pensamento foi a verdade, que a tua última palavra foi de sabedoria e que o teu último acto foi de amor.
Para medires até onde progrediste, para medires até que ponto evoluíste, basta verificar o que te faz "sentir bem".

Mas não procures forçar a tua evolução - evoluir mais longe, mais depressa - negando ou afastando-te do que te faz sentir bem. A auto-negação é auto-destruição.

E ficas também a saber - a auto-disciplina não é auto-negação. Disciplinar o comportamento é uma opção activa de fazer ou não alguma coisa com base na decisão sobre quem se é.  Se afirmas que és uma pessoa que respeita os direitos dos outros, a decisão de não furtar ou roubar, de não violar ou pilhar não é de todo "auto-negação". É auto-afirmação. (...) 

- De que maneira podemos expressar melhor essa coisa chamada energia sexual?

Amorosamente. Abertamente.
Alegremente. Jovialmente.
Escandalosamente. Apaixonadamente.
Sacramente. Romanticamente.
Humoradamente. Espontaneamente. Comoventemente.
Criativamente. Descaradamente. Sensualmente.
E, é claro, frequentemente. 

- Há quem diga que o único objectivo legítimo da sexualidade humana é a procriação. 

Tretas. A procriação é a consequência feliz, não o pensamento lógico prévio, da maior parte da experiência sexual humana. A ideia de que o sexo é só para fazer bebés é ingénua e o corolário de que o sexo deve terminar quando é concebido o último filho é pior que ingénuo. Viola a natureza humana - e essa é a natureza que Eu vos dei.

A expressão sexual é o resultado inevitável de um processo eterno de atracção e de fluxo ritmico de energia que potencia toda a vida.
Introduzi em todas as coisas uma energia que transmite um sinal através de todo o Universo. Cada pessoa, animal, planta, pedra, árvore - cada coisa física - emite energia, como um emissor de rádio.

Tu estás a enviar energia - a emitir energia - neste preciso momento, do centro do teu ser em todas as direcções. Essa energia - que és tu - emana em ondas. A energia parte de ti, atravessa paredes, escala montanhas, passa para além da Lua e entra na Eternidade. Nunca, nunca pára.

Essa energia é colorida por todos os pensamentos que já tiveste (Quando pensas em alguém, se essa pessoa for suficientemente sensível, consegue senti-lo.). É moldada por cada palavra que já pronunciaste. Tudo o que fizeste a afecta.

A vibração, a velocidade, o cumprimento de onda, a frequência das tuas emanações deslocam-se e mudam constantemente com os teus pensamentos, humores, sentimentos, palavras e acções. Já ouviste a expressão "emitir boas vibrações", e é verdade. É muito exacta!

Ora, quase toda a gente está, naturalmente, a fazer a mesma coisa. E portanto o éter - o "ar" entre vós - está cheio de energia; uma Matriz de vibrações pessoais entrelaçadas que formam uma tapeçaria mais complexa do que jamais poderás imaginar.

Essa trama é o campo de energia combinada no qual vives. É poderoso, e afecta tudo, inclusive a ti. Então, emites tu "vibrações" acabadas de criar, sob o impacto das vibrações recebidas a que estás a ser sujeito, e essas, por sua vez, vão juntar-se e alterar a Matriz - que por sua vez afecta o campo de energia de todas as outras pessoas, que afecta as vibrações que elas emitem, que atingem a Matriz - que te afecta a ti... e assim por diante.

Bom, podes pensar que se trata apenas de ilusões engraçadas - mas já entraste numa sala onde o "ambiente é tão pesado que se pode cortar à faca"?
Ou já ouviste falar de dois cientistas que trabalham no mesmo problema ao mesmo tempo - em extremos opostos do globo - trabalhando cada um no problema sem o conhecimento do outro, e cada um deles subitamente descobre a mesma solução simultânea e independentemente?
São ocorrências vulgares, e algumas das manifestações mais óbvias da Matriz.

A Matriz - o campo de energia combinado dentro de qualquer parâmetro - é uma vibração poderosa. Pode atingir directamente, afectar e criar objectos físicos e acontecimentos.

A vossa psicologia popular designou esta Matriz de energia como "Consciência Colectiva". Pode afectar, e afecta, tudo no vosso planeta: as perspectivas de guerra e as hipóteses de paz; uma sublevação geofísica ou um planeta em calmaria; devastação pela doença ou bem-estar em todo o mundo.

Tudo é resultado da consciência.
Assim são, também, os acontecimentos e condições mais específicos da tua vida pessoal.

- Isso é fascinante, mas o que tem a ver com sexo?


Calma. Estou a chegar lá.
O mundo todo está constantemente a permutar energia.
A tua energia brota de ti e toca tudo o resto. Tudo, e toda a gente, te toca a ti. E então acontece uma coisa interessante. Num determinado ponto médio entre ti e tudo o resto essas energias encontram-se.

Para fazer uma descrição mais nítida, imaginemos duas pessoas numa sala. Encontram-se em extremos opostos da sala. Vamos chamar-lhes Tom e Mary.

A energia pessoal de Tom transmite sinais, num círculo de 360º à sua volta, para o Universo. Parte dessa onda de energia atinge Mary. Entretanto Mary está a emitir a sua própria energia - parte da qual atinge Tom.

Mas essas energias encontram-se de uma forma que podes não ter imaginado. Encontram-se a meio caminho entre Tom e Mary. Aí, as energias unem-se (recorde-se que estas energias são fenómenos físicos; podem ser medidas, sentidas) e combinam-se para formar uma nova unidade energética a que chamaremos "Tomary". É a energia combinada de Tom e Mary. Tom e Mary poderiam muito bem chamar a essa energia O Corpo Entre Nós - porque é isso mesmo: um corpo de energia a que ambos estão ligados, ambos alimentam as energias contínuas que para ele fluem e que devolve energia aos seus dois "patrocinadores" através do fio, ou cordão, ou conduta que existe sempre dentro da Matriz. (Na realidade, essa "conduta" é a Matriz.)

É esta experiência de "Tomary" que é a realidade de Tom e Mary. É para esta Sagrada Comunhão que ambos são atraídos. Porque sentem, ao longo da conduta, a felicidade sublime do Corpo do Meio, d'Aquele Que se Uniu, da União Sagrada.

Tom e Mary, distanciados um do outro, conseguem sentir - de uma forma física - o que se passa na Matriz. Ambos são insistentemente atraídos para essa experiência. Querem mover-se na direcção um do outro! Imediatamente!

Aí entra em cena o seu "treino". O mundo treinou-os para ir COM CALMA, desconfiar do sentimento, precaver-se contra a "mágoa", resistir.

Mas a alma... quer conhecer "Tomary" - agora!

São irresistivelmente atraídos, os dois, para o Corpo Entre Eles. TOMARY já está a ser experienciado metafisicamente, e Tom e Mary vão querê-lo experienciá-lo fisicamente. Por isso se aproximam mais um do outro. Não para chegar ao outro. É isso que parece ao observador casual. Mas cada um deles está a tentar chegar a TOMARY. Eles estão a tentar alcançar aquele lugar de União Divina que já existe entre eles. O lugar onde já sabem que são Um - e como é Ser Um.

Portanto, movem-se em direcção a essa sensação que experienciam e, à medida que diminui o espaço entre ambos, à medida que "encurtam o cordão", a energia que ambos enviam a TOMARY percorre uma distância mais curta e que é por isso mais intensa.

Aproximam-se ainda mais. Quanto mais curta a distância, maior a intensidade. Aproximam-se ainda mais. Mais uma vez a intensidade aumenta.
Agora encontram-se apenas a alguns centímetros de distância. O Corpo Entre Eles está em brasa. Vibra com uma velocidade impressionante. A "ligação" de e para TOMARY é mais forte, maior, mais luminosa, arde com a transferência de uma energia incrível. Diz-se que ambos "ardem de desejo". E ardem!

A sensação é quase insuportável. Extraordinária. Sentem, no ponto em que se tocam, toda a energia de TOMARY - toda a substância compactada, intensamente unificada do seu Ser Combinado.

Se te abrires à tua sensibilidade maior, poderás sentir essa energia subtil e sublime como um frémito quando tocas - por vezes o "frémito" atravessa-te - ou como calor no ponto de contacto - calor que também poderás sentir subitamente no corpo todo - mas profundamente concentrado no teu chackra ou centro de energia inferior.
Aí, "arderá" de modo particularmente intenso - e Tom e Mary estarão então a "arder de desejo" um pelo outro!

Envolvem-se nos braços um do outro e fecham ainda mais o intervalo entre si, com Tom, Mary e Tomary a ocupar praticamente o mesmo espaço. Tom e Mary sentem Tomary entre si - e querem juntar-se ainda mais - para se fundirem literalmente com Tomary. Para se tornarem Tomary na forma física.

Criei nos corpos masculinos e femininos uma forma de o fazerem. Nesse momento, os corpos de Tom e Mary estão prontos para o fazer. O corpo de Tom está literalmente pronto para penetrar Mary. O corpo de Mary está literalmente preparado para receber Tom dentro de si.

O frémito, o ardor, torna-se então mais do que intenso. É... indescritível. Os dois corpos físicos unem-se. Tom, Mary e Tomary tornam-se Um. Na carne.
 As energias continuam a fluir entre eles. Urgentemente. Apaixonadamente.
Arfam. Movem-se. Estão sôfregos um do outro, não conseguem aproximar-se tanto quanto desejam. Lutam por se aproximar. Próximo. Mais próximo.

Explodem - literalmente - e todo o seu corpo entra em convulsão. A vibração repercute-se até às pontas dos dedos. Na explosão da sua unidade conheceram o Deus e a Deusa, o Alfa e o Ômega, o Tudo e o Nada - a Essência da vida - a Experiência d'Aquilo que É.

Existem também químicas físicas. Os dois tornaram-se n'Um - e uma terceira entidade é muitas vezes criada a partir dos dois, na forma física.
É assim criada a imagem de TOMARY. Carne da sua carne. Sangue do seu sangue.
Literalmente, eles criaram vida!
Não vos disse que sois Deuses?

- Essa é a mais bela descrição da sexualidade humana que já ouvi.

Vê-se beleza onde se deseja vê-la. Vê-se fealdade onde se tem receio de ver beleza."

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