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9/29/2013

Animal doméstico


O cão que vive connosco não é um cão, é um membro da família. É um filho, que nunca cresce e de quem cuidamos todos os dias. Comida, passeio, higiene. Coisas que se fazem com prazer, em troca da ternura e da amizade que o bicho nos oferece a qualquer hora e sem condições.

Há quem não goste de cão e escolha um gato, porque prefere meiguices com personalidade. E há ainda quem tenhas outros gostos, mais exóticos. Rato, coelho, cobra, pássaro, porco, cabra... são variadas as opções no mundo dos animais de estimação.

Há beleza e poesia aqui. A ternura do bicho torna o homem mais humano. Nós ficamos mais humanos; o bicho fica menos animal... logo, mais dependente e incapaz de sobreviver sozinho se for lançado novamente na "natureza". É o trágico paradoxo da poesia.

À semelhança dos bichos, nós também nos temos vindo a domesticar com o passar dos séculos. Se o nosso tetra-avô se perdesse no meio da floresta, construía uma cabana, caçava e pescava, fazia uma fogueira e sobrevivia. Hoje, nós estamos no conforto seguro da nossa casa e a vida colapsa se faltar a eletricidade. Basta isso. Somos animais sofisticados, mas indefesos se tivermos de enfrentar sozinhos a dura "natureza". É o insólito paradoxo da modernidade.

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