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4/19/2013

Sexo: reconquistar a inocência


Apesar do sexo ser um assunto quente e apetecido, a forma como lidamos com ele é curiosa. Quando se trata de sexo, a religião é contra-natura e a sociedade neurótica.

Para a religião o sexo é algo perigoso a ser controlado, sob pena de incorrer em pecado mortal e sofrer a terrível vingança divina. No Vaticano dá-se o exemplo. Todos renunciaram aos apelos carnais, numa cidade feita de homens que, se fosse fechada ao mundo, se tornaria deserta em poucas décadas. O exemplo perfeito de contra-natura.

A sociedade vê o sexo com culpa, ou com pudor, ou com vergonha, ou com malícia, ou com rudeza... mas nunca com naturalidade. O sexo é uma energia de vida poderosa e a sociedade, pela repressão que impõe, torna-o muitas vezes numa força destrutiva e geradora de sofrimento: pedofila, prostituição, violações... exemplos perfeitos de neuroses.

Um dia chegou-me às mãos o livro "Conversas com Deus" de Neale Donald Walsch, sobre o qual já escrevi num post anterior. Apesar do que o nome possa sugerir, foi o meu primeiro contacto com uma visão do mundo vincadamente naturalista e sensorial. Para quem teve uma educação católica e conservadora, isto era um novo mundo! Foi aí que encontrei uma visão do sexo disruptiva: sem neuroses e sem romantismos, descrevendo de forma visceral os efeitos que essa energia tem em nós e o quanto isso pode ser belo e poderoso. Aprendi então uma máxima que ainda hoje uso: "Nós vemos beleza onde queremos ver beleza e vemos fealdade onde temos medo de ver beleza."

Mais tarde, encontrei essa mesma visão do sexo em outro autor, DeRose, de quem destaco o livro "Eu me lembro".

A abordagem destes autores chega a parecer inocente ou infantil. Só uma criança de tenra idade é capaz de não ver maldade no sexo. Na verdade, estas visões são inocentes, inocentes do crime das neuroses humanas. E essa inocência é o caminho da sabedoria.

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