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3/03/2013

Esquerda ou Direita

Não gosto de política e  isso inquieta-me. Os tempos que correm são conturbados e o cidadão consciente deve ter uma posição política. Pergunto-me: serei de esquerda ou de direita?

Não sou da direita que abandona os miseráveis à sua sorte e que entende a "liberdade de mercado" como uma luta entre desiguais.

Também não sou da esquerda que nos trata como crianças indefesas que necessitam de ser protegidas da mais leve brisa. Não acredito no Estado que defende o cidadão e os seus interesses. O Estado é um conjunto de burocratas que não defendem outros interesses excepto os seus ou os dos seus lacaios. O cidadão não deve delegar em ninguém a responsabilidade de zelar pelos seus interesses e pelo seu futuro.

Não sou da esquerda nem da direita que acenam ideologias e gritam críticas presunçosas, mas não revelam os fundamentos económicos dos problemas que vivemos. Que solução pode propor quem não entendeu o problema? Apenas demagogia.

Somos levados a crer que podemos optar entre a Esquerda ou a Direita e algumas gradações intermédias. Mas isso é semelhante a escolher entre o vapor e o gelo: ambos nos deixam molhados, só muda a sensação. A questão não é escolher a melhor ideologia, a questão é escolher entre seguir uma ideologia ou seguir a própria cabeça.

E este é um grande desafio pois sempre nos incentivaram a não pensar. Vê televisão e não penses nem tentes realmente entender o que se passa, as tendências e as causas profundas que geram os problemas que surgem à tona. Isso é cansativo, os políticos que resolvam e tu não penses.

Quando falamos em política pensamos muitas vezes em jogos de poder, corrupção, falsas promessas, demagogia, marketing político feito para enganar e manipular. Tudo isso é verdade, mas também é verdade que tudo isso só acontece porque nós somos cidadãos adormecidos que não pensam pela sua cabeça.

Talvez seja este o primeiro ato de cidadania. Pensar.

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