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2/11/2012

Como uma Rosa...

Acontece-me por vezes ver pessoas a lamentar-se: da pouca sorte, daquilo que os outros fizeram ou não fizeram, daquilo que eles não conseguem fazer... entrando num círculo vicioso de pensamentos destrutivos. A lamentação é uma desculpa cómoda para não ser responsável pela sua vida.

Muitas vezes, na raíz dessa atitude está a incapacidade de aceitar a realidade tal como ela é, e desde logo, aceitar-se tal como se é. Para mim, esta é uma reprogramação muito poderosa. Não há nada mais tocante do que ser amados por aquilo que somos. Por consequência, a nossa maior dádiva é amar alguém tal como é.

Este tema para mim é fascinante, porque já vivenciei o poder dessa transmutação. Em adolescente tinha muito vincado o síndrome do patinho feio (ainda há resquícios!)... achava que eu não tinha valor, que era desajeitada, não era boa o suficiente, bla bla bla... até um dia em que senti que havia pessoas que gostavam de mim tal e qual eu era. Umas lágrimas e fiz as pazes com o universo! Afinal, se eu fazia parte dele é porque havia um lugar no mundo para o "eu desajeitada - sem valor - bla bla bla". Saber que existe um lugar no mundo para nós é uma grande revelação! :)

Entretanto, eis um paradoxo: assim que nos aceitamos tal como somos, abre-se uma porta de auto-confiança e felicidade que nos permite aprimorar constantemente. Aí somos positivamente insatisfeitos... o positivo faz toda a diferença nesta equação.

Recentemente li um texto inspirador com uma excelente metáfora sobre este tema. Vou citá-lo em inglês, porque foi nessa língua que o li:

When we plant a rose seed in the earth, we notice that it is small, but we do not criticize it as "rootless and stemless". We treat it as a seed, giving it the water and the nourishment required of a seed.

When it first shoots up out of the earth, we don't condemn it as immature and underdeveloped; nor do we criticize the buds for not being open when they appear.

Rosa Alquímica, ELLYS
We stand in wonder at the process taking place and give the plant the care it needs at each stage of its development.
 
The rose is a rose from the time it is a seed to the time it dies. Within it, at all times, it contains its whole potential. It seems to be constantly at the process of changing; yet at each state, at each moment, it is perfectly all right as it is.

The Inner Game of Tennis
 W. Timothy Gallwey




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