Por isso procuramos garantias de segurança, exteriores a nós. Essas garantias podem vir do governo, da lei, da família, excepto de nós mesmos! É mais cómodo entregar em mãos alheias a responsabilidade pelas nossas acções e pelo nosso bem-estar.
Existe, no entanto, um paradoxo. É a ilusão de segurança que nos leva a tomar decisões mais arriscadas. Se retirarmos essa ilusão, tomaremos melhores decisões. Vejamos alguns exemplos:
Os bancos sabem que, em caso de sérios problemas, podem recorrer a algum tipo de intervenção estatal e serem resgatados. Esse mecanismo aparentemente bom é, na verdade, um incentivo a decisões com muito risco que, de outra forma, não seriam tomadas.
O mesmo se aplica ao cidadão. Por saber que existe uma garantia do valor dos seus depósitos bancários, não se preocupa em avaliar o risco e a solvabilidade da instituição financeira com a qual decidiu trabalhar. Isso é uma decisão muito arriscada quando a ilusão de segurança se dissolver.
Outro exemplo que me ocorre é o das pessoas que procuram um emprego seguro. Acomodam-se ao conforto do seu salário, sem investirem nas suas competências pessoais e profissionais nem acrescentar mais valor para a empresa. Na eventualidade de um despedimento, essa pessoa tornou-se totalmente inapta para o mercado de trabalho.
Ou ainda a nossa angústia de ter um relacionamento seguro. Para isso inventamos o casamento. As pessoas assinam um contrato que garante que serão fiéis um ao outro e felizes para sempre. Quem mais ganha são os padres e os advogados!
Um exemplo pela positiva surgiu em Drachten, uma cidade holandesa, que fez uma experiência diferente em termos de segurança rodoviária: reduziu significativamente a sinalização. Não existem sinais de trânsito, nem semáforos - não existem medidas de segurança. Qual foi o resultado? Menos acidentes! Este resultado contra-intuitivo deve-se ao facto de as pessoas, por se sentirem menos seguras, terem comportamentos menos arriscados.
Apaixonei-me por este conceito. O maior insight foi perceber que a verdadeira segurança reside dentro de nós, na nossa capacidade de responder às mudanças e, acima de tudo, de assumir total responsabilidade pela nossa vida e pelas nossas opções.
Procurar e confiar em garantias de segurança exteriores é augúrio de um mau desfecho. Por isso, da próxima vez que o medo te levar a procurar segurança, que toquem todas as sirenes de alarme! Substitui o medo pela coragem de seres dono(a) do teu destino!
Muito bom Cristina :)
ResponderEliminarObrigada!!! Quando li este conceito pela primeira vez fiquei inspirada :) Fez-me olhar para as coisas de outra forma.
EliminarBeijinhos!
Adorei! Obriada por partilhares. Beijos
ResponderEliminarObrigada eu! :)
EliminarEste é um texto muito interessante, sobretudo nas analogias e perspectivas práticas que exemplificas. Gostei.
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